Viajo por uma floresta densa,
Ouço o barulho do vento,
Beijo o ruido como canção,
As ramagens arranham-me a cara,
E numa inconsciência, inocentemente imputada,
Abraço as árvores que me arranham os olhos...
Paro por momentos o meu ritual de cegueira,
Vejo ao longe uma luz límpida e estranha,
Vejo-me guiado por ela...
As árvores agarram-me e batem-me na cara...
Os ventos gritam desesperadamente a ordem de regresso,
Não o ouço, ao contrario de outrora, jamais será belo,
Saio então da floresta.
Uma árvore agarra-me pelo braço,
Braço já completamente descarnado da caminhada...
Ignoro-a,
Vejo então um horizonte azul,
Vejo o livre dos prados verdejantes,
Vejo o infinito azul dos céus...
Vejo-o, e desejo-o meu.
Mas uma árvore agarra-me,
E num pranto de desespero,
Tento freneticamente libertar-me,
Praguejando contra a árvore que não me liberta...
Grifo
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
A Carta
Nova Iorque, 29 de Outubro de 1929
Querida Amada,
O desespero levou-me ás cavernas,
Fujo da prisão...
O medo paralisou-me as Asas.
Não imaginas o ódio que tenho ás minhas correntes.
Gostava de te poder beijar...
Mas o caos exterior,
Faz-me ser mais feliz aqui,
Numa atitude cobarde talvez...
Espero que a redoma se parta,
Até lá, sonho contigo,
Tu que és a minha única fonte de felicidade,
Tu que és a minha única fonte de esperança...
O nosso amor abstrai-me do caos exterior,
Só ele me faz ainda esperar a liberdade...
Beijos daquele que te ama,
O desespero levou-me ás cavernas,
Fujo da prisão...
O medo paralisou-me as Asas.
Não imaginas o ódio que tenho ás minhas correntes.
Gostava de te poder beijar...
Mas o caos exterior,
Faz-me ser mais feliz aqui,
Numa atitude cobarde talvez...
Espero que a redoma se parta,
Até lá, sonho contigo,
Tu que és a minha única fonte de felicidade,
Tu que és a minha única fonte de esperança...
O nosso amor abstrai-me do caos exterior,
Só ele me faz ainda esperar a liberdade...
Beijos daquele que te ama,
Grifo
domingo, 22 de novembro de 2009
Ciclo
Num mundo cíclico,
Num viver cíclico,
Num ciclo ilógico,
Num ciclo contra ciclo,
Num ciclo contorcido,
Num ciclo uniforme,
Num ciclo... Num ciclo... Num ciclo...
Num ciclo... que esquenta o vicio...
Grifo
Num viver cíclico,
Num ciclo ilógico,
Num ciclo contra ciclo,
Num ciclo contorcido,
Num ciclo uniforme,
Num ciclo... Num ciclo... Num ciclo...
Num ciclo... que esquenta o vicio...
Grifo
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Razão
A passo lento e difícil,
Caminho em direcção á luz...
Luz inexpugnável?
Ilusão? Razão?
Caminho impulsionado pela curiosidade...
Tento agarra-la,
Foge-me das mãos,
Desequilibro-me,
Caio e choro.
Parte-se a redoma,
Quebra-se o vazio.
Vejo-me, Vejo-te e vejo.
Olho em frente,
Vejo a luz ao longe.
E a passo lento e difícil,
Volto a tentar alcançar a luz,
Outrora tão ilusoriamente perto,
Tão ilusoriamente real...
Grifo
Inspirado pela Alegoria da Caverna
Caminho em direcção á luz...
Luz inexpugnável?
Ilusão? Razão?
Caminho impulsionado pela curiosidade...
Tento agarra-la,
Foge-me das mãos,
Desequilibro-me,
Caio e choro.
Parte-se a redoma,
Quebra-se o vazio.
Vejo-me, Vejo-te e vejo.
Olho em frente,
Vejo a luz ao longe.
E a passo lento e difícil,
Volto a tentar alcançar a luz,
Outrora tão ilusoriamente perto,
Tão ilusoriamente real...
Grifo
Inspirado pela Alegoria da Caverna
domingo, 1 de novembro de 2009
Éden
Caminho por entre a poeira...
Que o vento numa rajada levanta
Num suspiro involuntário do aborrecimento.
Caminho por entre o vazio de um solo infértil
Que suspira por vida...
Vejo algo estranho na rotineira viajem terrena,
Como se o rápido se transformasse em lento.
E a vida brotasse da terra,
O verde num lento rápido cobriu o infinito,
Não há mais pó...
Vão surgindo árvores que num lento rápido
Tentam atingir o céu
Que despiu as suas veste escuras,
Mostrando-se ao mundo nu e puro,
Os suspiros do vento
Tornam-se em palavra de amor,
Levando-me a parar por um momento,
À sombra de um grande carvalho,
Apreciando a beleza que o pó criou...
Desejando que a caminhada não recomece...
Grifo
Que o vento numa rajada levanta
Num suspiro involuntário do aborrecimento.
Caminho por entre o vazio de um solo infértil
Que suspira por vida...
Vejo algo estranho na rotineira viajem terrena,
Como se o rápido se transformasse em lento.
E a vida brotasse da terra,
O verde num lento rápido cobriu o infinito,
Não há mais pó...
Vão surgindo árvores que num lento rápido
Tentam atingir o céu
Que despiu as suas veste escuras,
Mostrando-se ao mundo nu e puro,
Os suspiros do vento
Tornam-se em palavra de amor,
Levando-me a parar por um momento,
À sombra de um grande carvalho,
Apreciando a beleza que o pó criou...
Desejando que a caminhada não recomece...
Grifo
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