Caminho por entre a poeira...
Que o vento numa rajada levanta
Num suspiro involuntário do aborrecimento.
Caminho por entre o vazio de um solo infértil
Que suspira por vida...
Vejo algo estranho na rotineira viajem terrena,
Como se o rápido se transformasse em lento.
E a vida brotasse da terra,
O verde num lento rápido cobriu o infinito,
Não há mais pó...
Vão surgindo árvores que num lento rápido
Tentam atingir o céu
Que despiu as suas veste escuras,
Mostrando-se ao mundo nu e puro,
Os suspiros do vento
Tornam-se em palavra de amor,
Levando-me a parar por um momento,
À sombra de um grande carvalho,
Apreciando a beleza que o pó criou...
Desejando que a caminhada não recomece...
Grifo
6 comentários:
Gostei do poema, mas fiquei com uma dúvida:
o medo de recomeçar no último verso é por receio de sair do Éden e regressar a Terra?
O Éden é na Terra...
Mas sim é o desejo de viver para sempre no Éden... :)
PS: É um poema de inspiração religiosa...
PPS: Ando a ler o novo livro de anedotas do Saramago... Recomendo para a má disposição... ;)
Sinto-me nu com a tua interpretação... :P
Só não percebi o porquê de o achares irónico... :S
Um dos teus melhores poemas, gostei muito :)
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